Com apoio da subsecretaria de Promoção de Igualdade Racial (SUBPIRC), ligada a Secretaria de Cultura e Cidadania (SECC) a IV edição do Festival Anual da Rapadura, da Comunidade Quilombola de Furnas do Dionísio, vai acontecer neste final de semana, nos dias 12 e 13 de agosto, em Jaraguari.
Com apresentações de danças típicas como catira, dança do engenho novo e capoeira, a festa contará com a presença de autoridades representantes da esfera estadual. O encontro é realizado anualmente pela própria comunidade do município, atualmente formada por 96 famílias, sob a coordenação da Associação dos Pequenos Produtores Rurais das Furnas do Dionísio.
Na ocasião os moradores podem comercializar produtos artesanais e comidas típicas (farinha de mandioca, melado, açúcar mascavo, polvilho e doces), além da famosa rapadura artesanal.
Tanto o festival quanto a rapadura que é produzida no local foram declarados como patrimônio histórico e cultural de Mato Grosso do Sul. Sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja no dia 16 de novembro de 2016, a lei reconhece a importância do evento e da produção do quilombo, gerando oportunidades à comunidade de ampliar o potencial turístico.
Para o subsecretário estadual de Promoção de Igualdade Racial, Leonardo de Oliveira Melo, a cana de açúcar é hoje símbolo de resistência do povo quilombola. “É importante ressaltar que este mesmo produto escravizou milhares de povos negros no passado, é sinônimo de resistência do quilombo, pois sua descendência sobrevive há mais de um século da produção artesanal de rapaduras, açúcar mascavo, melado, farinha e outros produtos”, destacou Leonardo.
A comunidade
O quilombo Furnas do Dionísio foi reconhecido oficialmente pelo Incra como comunidade quilombola em 24 de abril de 2009. Localizado no município de Jaraguari, ocupa uma área de 1.018,2796 hectares e está a aproximadamente 35 Km ao norte de Campo Grande.
A comunidade Furnas de Dionísio foi fundada em 1890, após a abolição da escravatura, decretada em 1888. O fundador foi Dionísio Antônio Vieira e sua família. Vindos de Minas Gerais, levantaram a primeira casa, feita de pau a pique, com sapê e muita argila.
(Fotos: Dunga - Agraer)
Publicado por: tmotta@fazenda.ms