Entre as atrações que podem ser vistas durante a Semana de Ciência e Tecnologia, evento que está acontecendo em Campo Grande, estão as exposições de projetos de pesquisas realizados por diversas instituições de Mato Grosso do Sul.
A ExpoLumine é uma delas, onde é contado um pouco sobre a história da luz ao longo do tempo – desde a descoberta do fogo, ao uso de tochas, lampiões e até as lâmpadas mais modernas. A exposição faz parte do projeto Minerva, coordenado pelo professor Ivo Leite, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e do qual fazem parte inúmeros estudantes.
O visitante que chega à ExpoLumine passa por quatro etapas: após assistir a um vídeo explicativo sobre o que será visto, é levado por um guia a uma sala repleta de imagens que contam um pouco sobre a linha do tempo da luz, de forma cronológica. A segunda etapa mostra imagens fascinantes da natureza, como as de animais e plantas que são capazes de produzir sua própria luz. Em seguida, vem a parte prática, com instrumentos e experiências que mostram fenômenos químicos e físicos da luz.
David di Martini, aluno de eletrotécnica do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), mostra alguns dos fenômenos, como o holograma formado pela passagem da luz por diversos espelhos, ou ainda o miniglobo de plasma, que contém uma esfera com campo magnético que libera energia toda vez que entra em contato com algo, no caso, os dedos do corpo humano.
Já ao final da ExpoLumine o tema central é o consumo de energia elétrica dentro de casa, elencando os aparelhos que consomem mais ou menos energia, bem como as práticas de uso para economizar o consumo. “Aqui, fazemos uma verdadeira aula de conscientização aos visitantes para minimizar o consumo de energia elétrica em suas residências, como por exemplo, manter o hábito de fechar o chuveiro enquanto toma banho, ou não ficar abrindo a geladeira o tempo todo, pois a cada nova abertura da porta, ela gasta muito mais energia para manter-se refrigerada”, afirma o pesquisador Rubens Marcelo da Silva.
Silva também mostra a experiência com diferentes tipos de lâmpadas acesas, explicando suas diferenças. “É preferível utilizar lâmpadas fluorescentes ou de Led no lugar das incandescentes, pois são bem mais econômicas. No caso, as lâmpadas de Led são as que menos consomem energia e possuem uma vida útil muito maior que as demais”, conclui.
Outra exposição que tem atraído a curiosidade de muitos jovens tem sido a MicroMundo 3D, onde há painéis expondo imagens tridimensionais de partes microscópicas de espécies e da flora e fauna do cerrado, produzidas por um microscópio eletrônico de varredura.
Para melhor visualização, os alunos utilizam óculos 3D e podem apreciar detalhes de imagens, como pólen em plantas, vermes, espuma, tecidos, fibras ou animais microscópicos. “É a primeira vez que uso um óculos assim, é muito legal e diferente, parece que entramos dentro das fotos”, diz o aluno Diego dos Santos, de 08 anos.
Estandes institucionais
Já na parte externa do evento está a exposição dos estandes de instituições parceiras, como é o caso da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Federação das Indústrias de MS (Fiems), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Federal de MS (IFMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MS), Secretaria Municipal de Educação (Semed), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Social do Comércio (Sesc), Energisa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Pantanal), e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
Um aparelho que simula a prática das máquinas dentro das indústrias é possível ser visto no estande da Fiems. A chamada bancada de eletropneumática mostra o que acontece internamente caso seja acionado o botão de ciclos rápidos, ciclos contínuos, ou de emergência.
“Em nosso ambiente também está disponível um computador onde os participantes podem se inscrever gratuitamente em diversos cursos de educação a distância (EAD), como desenho arquitetônico, educação ambiental, segurança no trabalho, finanças pessoais, empreendedorismo, entre outros”, explica a estudante Jully de Barros Coronel.
Já a radiação solar é o tema de dois experimentos do projeto Construindo Saberes de Engenharia, apresentados no estande da UCDB. A acadêmica de engenharia civil, Iris Braga Justo, fala sobre o aquecedor solar de água voltado para pequenas residências e populações de baixa renda, por ser de fácil acesso e baixo custo. “É um sistema de termossifão, onde a água sai gelada do reservatório e passa pela placa solar, que é feita com garrafas pet, caixas de leite pintadas de preto e tubos de PVC, e sai quente ao final do processo”, esclarece.
O outro experimento é o chamado “Sodis” (em inglês, solar water disinfection), ou seja, um método de desinfecção solar da água, e quem explica é a acadêmica de Engenharia Sanitária e Ambiental, Beatriz Machado. “Os resíduos sólidos das residências podem causar sérios impactos ambientais e doenças. Com este instrumento nós recolhemos a água ou esgoto e realizamos uma exposição solar em diferentes horários ao longo do dia, e depois analisamos o resultado para descobrir se houve uma correta e satisfatória desinfecção das impurezas”. A acadêmica afirma ainda que se, caso a amostra estiver dentro dos padrões, pode ser utilizada como reuso para outras situações.
A estudante Grazielle Rondom, de 16 anos, que cursa o primeiro ano do ensino médio estava entre os visitantes do estande e se mostrou entusiasmada com a explanação dos experimentos. “Achei muito criativos os dois projetos e já penso até em tentar um curso de engenharia quando for para a faculdade”, confessa.
As exposições e os estandes estarão abertos à visitação até as 17h30 da sexta-feira (23), no prédio do Memorial da Cultura, situado na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559.
Texto e fotos: Alice Feldens Carromeu/Mídia Ciência - Fundect
Publicado por: tmotta@fazenda.ms